O Observatório Magnético de Coimbra (COI) é parte integrante do Observatório Geofísico e Astronómico da Universidade de Coimbra. Fundado em 1864, possui uma das mais longas séries de dados a nível internacional. As primeiras curvas, em papel, das variações diárias do campo magnético obtidas em Coimbra (os chamados magnetogramas), foram produzidas por um magnetógrafo de Adie, modelo idêntico ao do Observatório de Kew (perto de Londres), em 1867. Os registos disponíveis nesta coleção foram obtidos no período 1867-1933, e constituem a primeira série de magnetogramas do Observatório Meteorológico e Magnético da Universidade de Coimbra, designado Instituto Geofísico da Universidade de Coimbra, a partir de 1925.

Nos nossos dias, este tipo de informação constitui um valioso acervo de dados históricos com interesse científico para o estudo da atividade geomagnética e da meteorologia espacial decorrente da interação Sol-Terra. Com efeito, a análise temporal das séries das componentes H (horizontal), D (declinação) e Z (vertical) dos magnetogramas, permite a identificação e caracterização de diferentes contribuições para as variações geomagnéticas, desde a variação undecenal do ciclo solar, passando pelas variações sazonal e diurna, até às variações rápidas e irregulares das tempestades magnéticas resultantes da interação do vento solar altamente energético com a magnetosfera.